quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

mesmo no final da morte, não morrerei!

Sou um ser inexplicável, sem razão de ser definido, simplesmente um referente preventivo que me diz ser um "alguém". Desconheço-me a mim mesma, mas reconhecem-me, reconhecem o tipo de referência da minha alma. Não sei como, nem a definição certa que vêem em mim, acho que simplesmente, não passa de revelações disfarçadas que se constroem, não passando do fruto da imaginação. Olho-me ao espelho, e vejo o lado posterior do vidro, vejo a transparência reflectida do ar, e a imagem do nada. Tento sentir o vento, e vibro com o orvalho do insistente, irreverente lágrima do rosto que se dá como  mais uma gota de chuva, perdida, desalojada, só, no abismo. Gritos, ondas sísmicas, envolvidas no remoinho do vale,  engolidas pela pressão, desaparecidas, em vão. Ouvi o suspiro, eco da dor interior do meu coração, batimentos quentes,  no meio do inexplicável, fortes, com poder de vida, com medo da morte. Mente intima, rusgando todas as explicações impossíveis, construtivas, mas simples possibilidades da ficção. Senti, a mão do "ninguém" limpar-me as lágrimas do rosto,  o suor do peito escorregadiço na pele límpida e lisa, como a água dos céus das trevas que se espalhava, concentrada, simplesmente em mim. "Ardi nas chamas do inferno", perdi o toque do meu corpo, e qualquer tipo de sentido, deixei de controlar a mente, reverente do meu único apoio da concentração. Fechei os olhos, tendo como imagem, o vermelho da morte reflectido no preto da noite, no preto, da escuridão. Deixei uma lágrima, como uma esperança do "próximo escolhido", deixei um aviso, deixei algo de mim, para puder mudar algo de todos. Dei a "vida", pela vida de um alguém, dei o sexto sentido, apenas possuído por mim, para o receberem. Deixei ainda, o coração em sangue a bater no meio das cinzas, deixei a mente com toda a história da minha vida, e agora, espero que um dia, encontres, e guardes essas partes de mim.

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